Uma historia de amor
Onde existe a mão do homem existe a ligação à natureza.
Na estação em que floresce o linho o campo fica colorido de azul como se fosse a continuação do céu.
O linho ceifado e branqueado com água da ribeira e cinza da palha deixa as fibras tão brancas como as nuvens do céu.
A Águeda gosta muito de fiar e tecer.
Todos os dias, se senta em frente do tear e tece o tecido de linho
Quase todas as meninas da aldeia estão a trabalhar na cidade, mas a Águeda ficou lá.
Enamorou-se de um pastor, um rapaz chamado João.
O coração da Águeda está sempre branco e flexível como o linho.
O coração do João está sempre brando e fofo como a lã de ovelha.
Quando o sino da igreja toca, a maioria das pessoas da aldeia vão para a missa de domingo.
Os ricos vestem de forma vistosa, os pobres roupas remendadas.
Alguns rapazes decoram o seu bolso com “Lenços de Namorados”.
Entre eles há uma competição.
Quem tem o lenço mais lindo?
Gostou tanto dele
Quem só se açoia ao domingo
Dei um lenço ao meu amor
Pra ele açoiar o pingo
As raparigas bordam as palavras de amor e decoram com lindas lendas.
Hoje o João recebeu um lenço muito branco, bordado a vermelho, com desenhos de flor de linho:
Só a ti amoMais ninguém…
calos da fala.zip.net
A tradição minhota é muito rica, no que respeita ao artesanato.
Mas algo que se destaca é a tradição dos lenços dos namorados.
Existem diferenças nos lenços dos namorados - os de Viana do Castelo e os de Vila Verde.
Os lenços de Viana do Castelo, bordados em ponto cruz, são simétricos e sóbrios na cor, podendo ser vermelhos, pretos ou azuis.
Os lenços de Vila Verde são extremamente coloridos, primando pelo garrido e pela "desorganização" das frases.
Mas a história parece ser comum:
a rapariga, em idade casadoira, bordava o seu lenço, com erros de ortografia, mas que pouco importava para quem o recebia.
Existem diferenças nos lenços dos namorados - os de Viana do Castelo e os de Vila Verde.
Os lenços de Viana do Castelo, bordados em ponto cruz, são simétricos e sóbrios na cor, podendo ser vermelhos, pretos ou azuis.
Os lenços de Vila Verde são extremamente coloridos, primando pelo garrido e pela "desorganização" das frases.
Mas a história parece ser comum:
a rapariga, em idade casadoira, bordava o seu lenço, com erros de ortografia, mas que pouco importava para quem o recebia.
Nos lenços evidenciavam-se valores como a fidelidade, o amor, a dedicação, a amizade e fazia-o chegar ao rapaz pretendido.
Se o mesmo, no Domingo seguinte, o usasse no seu fato, era sinal que o seu amor seria correspondido...
O linho, quem diria, está de volta!
A fibra que foi descoberta há mais de 8.000 a.C, conforme registros históricos, teve seu uso constatado até em construções de moradias pré-históricas.
Não se tem a data exata de quando a fibra do linho começou a ser tecido pelo homem, mas há registros que comprovam o seu cultivo desde 2.500 a.C., pelos egípcios – as múmias egípcias eram enroladas em tecido de puro linho e tinha o significado de luz e pureza – a tumba do faraó Ramessés II; morto em 1.213 a.C; foi descoberta em 1.881 d. C, e o linho que envolvia a múmia estava em perfeito estado de conservação – após 3.000 anos. Além da sua existência, isso comprova a resistência da fibra em relação a ação do tempo.Há também, menções sobre o tecido no Antigo Testamento – “a túnica de Cristo era de linho sem costuras”.
O Linum Usitatissimum (nome científico) é uma planta herbácea que chega a atingir um metro de altura. É composto basicamente de uma substância fibrosa da qual são extraídas as fibras longas para a fabricação de tecidos e da superfície lenhosa.
Muito mais forte e resistente que a fibra de algodão, o linho tem alto poder absorção e tingimento, porém baixo poder de resiliência – amassa com facilidade.
A Europa é o principal produtor de linho, sendo a Bélgica o país que produz o de melhor qualidade.(Saiba mais na Wikipédia).
O cultivo, assim como o processo de produção da fibra é muito caro, o que faz com que o tecido tenha um custo elevado. Para solucionar esse problema as indústrias têxteis produzem a fibra de linho misturada a outras fibras tais como: o algodão e a viscose; sem perder as suas características; além disso o linho recebe um banho de resina, dando a ele um aspecto de encerado que faz com que o tecido amasse menos.
Durante o século XIX, foi utilizado para a confecção de roupas íntimas e só á partir do século XX , tornou-se popular para blusas, paletós, saias, calças e outras peças do vestuário.
No Brasil, na década de 80, o puro linho Braspérola ganhou novas tramas, cores e estampas. Alice Tapajós e Andréa Saletto explodiram nas passarelas e fizeram um enorme sucesso na moda brasileira, agradando principalmente as executivas. O estilista Georges Henri também foi eleito e citado nas colunas sociais da época.
Lavoura de linho em Guarani das Missões no Rio Grande do Sul.
Na Europa a febre do linho já começou, quem faz a moda terá que arriscar e quem quer estar na moda vale á pena esperar pra ver e usar!
FONTE: AQUI
Gil,
ResponderExcluirestou adorando o seu blog....é super bonito e além de nos mostrar trabalhos lindíssimos, também nos dá uma aula de cultura, história e muito mais.....
abraços e muito obrigada
de MF
Gil, Gil, que espetáculo de matéria. Amoooo linho e só vestía-me dele. Minha mãe era exímia costureira e tínhamos para comprar,lojas e lojas de tecidos vendendo o Braspérola. Adorei seu post e também a foto do lencinho. Que amor! Parabéns por essa maravilha!!!
ResponderExcluirLindo e emocionante post! Parabéns! Beijos
ResponderExcluirBeautiful and... so romantic!
ResponderExcluirq legal..adorei mt!
ResponderExcluirBeijinhos
Cah
http://esmaltesdacah.blogspot.com
Moro perto de vila verde... E quando era mais pequena lembro-me bem de minha mãe fazer lenços dos namorados para os noivos...
ResponderExcluirSempre gostei, eu própria bordei o que ofereci ao meu marido, no nosso primeiro dia dos namorados juntos...
Beijos fofos, e adoro seu blog...