TRILHAS DO BRINCAR
Esta exposição transita pelas mais diversas trilhas do brincar, que permeiam uma geografia de brinquedos e brincadeiras bem avessa a fronteira rígidas ou territórios demarcados.
Nessas rotas e por seus atalhos, vc vai encontrar diferenças e semelhanças das suas brincadeiras com as realizadas pelo Brasil afora. Esses caminhos nos levam a entender que somos um só, dentro de nossas singularidades regionais e temporais.
Antes de comparar como se brinca em cada região do Brasil, essa exposição convida o visitante a enxergar como todos nós estamos conectados com gestos, cantigas, versos e objetos do Universo lúdico. Os mais diversos nomes dados às pipas, as mais variadas formas de se girar um pião, os muitos jeitos de pular elástico, soltar um barquinho na água, criar um brinquedo, todas essas variações, quase poéticas, são provas da permanência, em nós de um núcleo de infância.
A infância transita pelas trilhas da origem, do princípio, do começo, onde se revela uma intimidade com o mundo. É um espaço que todos nós conhecemos, independentemente de Região ou Tempo Histórico vivido por cada um. Aliás, definir tempo e território do brincarmos atrapalha em aprender essa essência.
Procure em cada brincadeira, em cada verso, em cada cantiga algo que lhe confira uma existência dessa virtude de origem, algo que desperte em cada um o respeito, pelo ser que somos. Reconhecer-se no outro é um convite feito a quem percorre as trilhas de brincar mais do que aprender novas formas de como brincar, sinta-se parte integrante desse núcleo de infância universal.
Gabriela Romeu e Renata Meirelles, Curadores da exposição.
Provar-se grande. Na brincadeira do elástico, o que está em jogo é lançar mão da gravidade e ganhar as alturas (ou as nuvens)
O elástico é do descolar-se, subir, crescer.
É do provar-se grande.
Braços, tronco, cabeça e pernas se unem nessa rítmica e bela brincadeira de alongar a infancia ainda mais.
GESTOS DE INFÂNCIA
Um chão que possa ser riscado é o primeiro desafio dessa brincadeira. Daí em diante o importante é conseguir
Conquistar o céu
Da terra ao céu
Existe uma variedade enorme de regras e desenhos espalhados pelos pés das crianças do país inteiro.
Tantos séculos e culturas pulamos esses desenhos.
Dá até para nos convencermos de que a brincadeira da amarelinha é um gesto essencial a infância.
As variações de pulos, palavras e verbetes realizadas de Norte Sul do Brasil criam uma conversa de gestos entre as crianças que só pode ser decifrada por quem têm no corpo esse saber.
Criança sabe olhar e ver o que não está dito nas coisas, sabe adaptar, criar, inventar as mais diversas formas de brincar
O desejo de transformação, assim como o de experimentar, é inerente a natureza infantil.
Quando a criança dá forma aos desejos, ela forma a si mesmo.
A LINGUA DO BRINCAR
O brincar opera uma lingua própria, constantemente reiventada e disseminada pelas crianças. E, assim como num País de dimensões territoriais chamado Brasil, a lingua de brincar vive num território de infância, cheio de sotaques. A lingua do brincar tem um glossário extenso e variado.
Assim, a brincadeira do pega-pega, que corre toda geografia do País, vira manja, pira, trisca, nega.
Para não ser tocado (ou baiado ou colado), o fugitivo se salva no pique, se estiver em São Paulo, ou na cabana, se estiver na Bahia, ou ainda na mancha, se estiver no Paraíba.
O pegador pode ser também chamado (magicamente) de "encantador"
Ola Gil, td bom?
ResponderExcluirAchei excelente essas brincadeiras. Me deu saudade, adorava andar em cima das latas.
Bjs
Valeria Allão